quinta-feira, 30 de agosto de 2012

A mulher alheia I




( Uma história comum? )

Brilha a lua por sobre os mares,

Brilha mais sobre as palmeiras,
Brilha em todos os lugares,
Mais no corpo da mulher alheia!

Corta a alma o sol da manhã,
E a certeza de um novo dia
Machuca o coração de anfitriã,
Atendendo a todos com falsa alegria!

Sei que não é certo
Querer o que é de alguém,
Estando no mar ou sob a lua cheia,

Mas é mais forte o afeto
Que me faz querer também
Os carinhos da mulher alheia!

A mulher alheia II






No momento que angustia,
Numa situação de dor
Que se procura alegria,
Buscando um outro amor!

É no instante que dói a carne na alma,
Enquanto se toma uma cerveja,
Que meus olhos nas ruas calmas
Buscam pelos da mulher alheia!

Sei que ela está lá
E sei que foge de mim,
Ou mesmo foge de si,

Por perceber o fim
E não me deixa nem falar
Que só quero vê-la feliz!

A mulher alheia III





Sinto a brisa no rosto
Golpeando meu coração,
Nesta luta contra o desgosto
Em busca de paz neste chão!

Dói o corpo na cama,

Em busca de uma esperança.
O coração na alma inflama,
Um desejo que não alcança!

Ouço crianças nas ruas,
Vejo o sereno no jardim
E sinto o cheiro da maré cheia

Na qual reflete o brilho da lua.
E percebo, claro, o meu fim
Nos braços da mulher alheia!

A mulher alheia IV


Choro de dor e desejo
Por pressentir o destino
A me avisar que meu anseio
É prova de desatino!

A noite carrega o temor,
A madrugada não traz esperança.
O corpo sente o ardor
Que reaviva a lembrança!

Sinto que alguém me vigia
Nos corredores da vida.
Com a alma magoada e cheia,

Pensando em me fazer agonia
Por meio de dor, ódio e ferida,
Por causa da mulher alheia!

A mulher alheia V





Agora, numa cama
Com uma bala no coração,
Percebo que este drama
Só alimenta mais a paixão!

Apesar do pressentimento,
Segui por esse caminho
Que só trouxe o sofrimento,
Mas ainda assim quero este carinho!

Meus sentidos estão falhando,
Minhas mãos não se movem mais,
E a boca de sangue está cheia.

Porém, meus olhos estão buscando
Um fragmento de paz
Dos olhos e lábios da mulher alheia!

Quadrante I


Uma parte de mim é poesia,
A outra é agressão.
Uma parte de mim alegria,
A outra desilusão!

Uma parte de mim é amor,
A outra, desespero.
Uma parte de mim é dor,
A outra, só desejo!

Uma parte de mim é carinho,
A outra, só a lágrima.
Uma parte de mim é chegada,

A outra, só o caminho
Que leva não se sabe onde,
Mas que eu espero que seja longe!

Quadrante II

Eu sou aquela canção
Que está na boca do povo,
Anunciando a devastação
E um mundo totalmente novo!
Eu estou naquele bar,
Naquele copo de cerveja,
Na prostituta a dançar,
Bailando frente à igreja!
E quando alguém insistir
Em saber de tudo que ocorreu,
Logo, logo irá desistir,
Vendo que ninguém compreendeu
Que toda razão de existir
E toda a verdade também sou eu!

Quadrante III


Uma parte de mim quer a guerra,
A outra só quer a paz.
Uma vive na primavera
A outra, aqui jaz!
Uma parte de mim chora feito criança,
A outra, grita feito louco.
Uma parte de mim é só lembranças
Da outra, o que sobra é pouco!
Uma parte de mim grita,
Às vezes chora,
E quase sempre pede.
A outra já se agita,
Estando sempre indo embora,
E quando não, muito padece!

Quadrante IV


Diferente de tudo que existe,
Sou vários ao mesmo tempo.
Se sou alegre, sou triste.
Se sou a felicidade, sou o sofrimento!

Diferente de tudo que há,
Sou tanto de vários sentidos.
Se sou unir, sou separar.
Se sou arredio, sou amigo!

Como tudo que há na vida,
Sou diferente em cada emoção,
Transformando feito mutante.

E se tenho a alma ferida,
Não dou meu coração.
Por ter/ser vários quadrantes!

Oração á mulher amada

Por maior que seja o erro
Tenha piedade de mim
Por maior que seja o desterro
Não a deixe me ver assim!
Por mais ingrato que eu seja,
Por mais que eu venha a pecar,
Por menos que eu vá à igreja
Não a deixe me ver chorar!
Senhor, por mais dores que eu dê,
Por mais turvo me seja o caminho
Nesta longa e tortuosa estrada
Não permita sofrer
Por causa de meus espinhos
A doce mulher amada!

Circo.

Ao ver o segundo irmão
Declarando guerra ao primeiro amigo
Vejo claramente a população
Pagando também por isto!

Trinta mil dólares caíram do céu
E tem C.P.I’s que não acabam mais
Enquanto dançam como num bordel
Do Oiapoque as minhas gerais!

Nos ágeis passos do caranguejo
Meu país vaga despercebido
De bicicleta, mochila e guarda-chuvas

Enquanto não acredito no que vejo
Que para falar do primeiro amigo
Tem de provar que não tem loucura!

Ouvido mouco.

Estou fazendo ouvido mouco
Para os imbecis do meu tempo
É melhor passar por louco
Que viver com ressentimentos!

Enquanto os cães ladram
Vejo a caravana que passa
E as armadilhas que eles armam
O bom coração as ultrapassa!

É melhor passar por louco
Que viver feito fera
Diariamente se digladiando

Estou fazendo ouvido mouco
Para os imbecis de minha era
Que não vêem que estão se matando!

A tesão

A mulher que almejo amar
Não a amei como a amaria
Porque amando-a não me amará,
Principalmente como eu a queria!
O sonho que desejo sonhar
O sonharia se fosse livre,
Mas se liberdade não posso almejar,
Por que então é que se vive?
O prazer que tenciono gozar
É-me proibido por velhos tabus
Que não me permitem pensar o que penso...
Mas eu vou me realizar
Seja na terra ou no céu azul,
Pois minha tesão tem vigor intenso!

Escombros de castelos.

O som propagando no espaço
Não é audível por mim
Feito o beijo e o abraço
Que em breve terá fim!

Um dia o mundo eu espero
Será feito de sinceridade
E não escombros de castelos
Traços comuns da atualidade!

Sei por certo que falo
Por magoado o coração
E nesta mágoa padeço,

Mas, com esperanças me calo
Por saber que neste chão
Tudo o que sofro não mereço!

Carona.

O mundo conspira contra você
E fortalece seus argumentos
Pois, não bastando estar a perder
Ainda se torna violento!

Vejo que estão investindo
Para lhe porem na lona
E mal sabem que está assistindo
Por estar nesta vida de carona!

Nunca teme pelo o próprio fim
Pois, sabe que virá de qualquer jeito,
Mas, não de lhe pegará de surpresa

Transformando o que fora jardim
Em mágoa viva no peito
Pois, não morrerá de tristeza!

Véspera de Natal

Mal acordo e começa a gritaria:
“ faça isso! Faça aquilo! “
É sempre saudável começar o dia
Ouvindo desaforos e gritaria!
São reclamações de todos os lados.
Ninguém agradece a Deus.
E sempre há um culpado
Mesmo que o erro não seja seu!
Ainda falam em paz,
Amor e fraternidade
Só que não olham para trás
Para compreender que a felicidade
Vem de acordo com o que se faz
Para o bem da humanidade!

Azul de irritar

Hoje o dia começou chato
com um céu azul de irritar,
de doce, agradável e bonito
só mesmo o seu olhar!

Hoje o dia começo chato
de uma claridade de fazer chorar,
de agradável mesmo de fato
só a doçura de seu olhar!

Hoje o dia irritantemente começou
sem conseguir agradar a ninguém
e olha que eu luto sempre para mudar

falo de poesias, sonhos, paz e amor
falo e faço e tenho força para recomeçar
mas, na real, hoje só quero que o dia termine bem!

Morfeu de pijama.

Hoje amanheci tão desanimado
que até para escrever ficou difícil,
hoje me mantive o tempo todo calado
e olhe que até o silêncio foi um sacrifício!

Hoje foi daquele jeito o meu dia
que o desânimo tomou conta,
pedi a Deus que pelo menos a poesia
me viesse digitada e pronta!

Hoje tive a impressão que Morfeu
acordou, mas continuou de pijama,
rolou de um lado, rolou de outro

e mais uma vez adormeceu
só para aumentar o meu drama
em ter que terminar esse dia no sufoco!

Recitares

Deus o livre de pessoas sem opinião,
pessoas que dizem por que ouviram dizer,
pessoas sem força e sem expressão,
tais quais amebas vivem  apenas por viver!

Deus o livre de pessoas fracas
que acreditam que Deus as fez assim,
pessoas de mente de baratas
prefiro-as longe de mim!

Deus o livre de pessoas medíocres
que creem que a vida é sofrer
e que elas sofrem por terem dignidade

perdendo a chance de serem livres
escolhendo dor e tristeza no viver
por recusarem aceitar que Deus é prosperidade!

Nosso caso.

Foi apenas uma canoa furada
E não durou metade da jornada!
Nosso caso foi fajuto
Quando parecia ser um tudo

Não teve a intensidade de um minuto!
Nosso caso foi estranho
Parecia um sonho tamanho
E não sobreviveu um ano!

Nosso caso não foi profundo
Sequer foi reconhecido pelo mundo
Não resistiu sequer a um segundo!

Nosso caso me fez pensar
E foi muito deprimente constatar
Que não tem nada de bom para lembrar!

Querer-te.

Querer-te assim
É o meu pecado
Que sem ter fim
Deixar-me-á arrasado!

Querer-te desta maneira
Será minha ruína
Que por ser passageira
Finar-se-á com minha sina!

Querer-te por desejo
É minha maior tormenta
Que se finda dia-a-dia

E nesta angústia imensa
Perco sempre a alegria
Por morrer sem teus beijos!

Síndrome de monstro.

Aqui estou eu
No meio de animais
Com algo que há tempos morreu
Deixando um ódio sagaz!

Aqui está um homem
Que gente se fez fera
E na incerteza do próprio nome
Não tem forças para quimeras!

Aqui estou eu
Vivendo a dor da morte
Numa síndrome de monstro

Que deixando- me sem sorte
Jogou- me ao confronto
De um sonho que se perdeu!

Velando

Velando o sonho do menino Jesus
Sei que minha vida está em paz
E mesmo vendo que todos têm sua cruz
Eu não deixo de caminhar!
Velando o sono do menino
Sei que o caminho transcorre
Para completar o destino
Pois, quem n’ele crê nunca morre!
Velando o sono do menino Jesus
Sei que minha vida se refaz
E aos poucos se completa
Por que eu vejo a luz
Que me transmite a paz
Em minha alma de poeta!

Ás vezes.

Às vezes tu me procuras
só para realizar teus desejos
sem acatares a minha ternura
e nem a docilidade de meus beijos!

Às vezes tu vens a mim
para brincar com meus sentimentos
sem veres que estou no fim
perdendo-me no sofrimento!

Às vezes teu egoísmo
é o reflexo de minhas entregas
e eu tento me revoltar

mas de ti eu preciso
mesmo vivendo ao teu lado em trevas
porque não consigo deixar de ti amar!

O que sobrar de mim

O que sobrar de mim
É já lembrança morta
Feito orvalha no capim
Ou sombra á beira da porta!
O que sobrar de meu corpo
Se o vento não levar
Também não ficará novo
Tudo que velho está!
O que sobrar do grande sonho
Não valerá o árduo trabalho
De recolher restos sobre o capim,
Por isso tudo o que componho
Mais das árvores quebradas os galhos
Joguem tudo no que sobrar de mim!

sábado, 25 de agosto de 2012

Veículo

Muito estranho este meu jeito
de escrever as poesias
nem mesmo sei direito,
mas percebo uma harmonia!
Eu escolho qualquer tema
e me ponho a escrever
passo a passo um poema
que insiste em aparecer!
Ás vezes escolho um título
e assumo assim uma obrigação
sem que nada me aborreça
por saber que há um veículo
para realizar tanta inspiração
que é única e somente uma caneta!

Domínio.

Claramente de geração em geração
é repassado o controle e domínio
que fazem máquina da comunicação
a isca para prenderem o seu raciocínio!

Nitidamente de ciclo em ciclo
eles dominam as culturas
criando o vício do círculo
para que creia em tanta é loucura!

E você ainda se julga inteligente
sem ver que é dominado por gente
que pensa como quem sabe o que faz

agindo como se fosse sempre capaz
de melhorar o mundo mais e mais
sem ver que é controlado por uma outra mente!

Melhoras futuras.

Não seja apenas mais um,
tente e faça você a diferença,
não caia no lugar comum
dos que agem sem consciência!

Não seja apenas mais outro
com comportamentos rotineiros,
e mesmo que passe por luco
tente ser você mesmo!

As mídias vendem uma postura
que não condiz com seu jeito de ser
dando-lhe ópio em forma de cultura

com o intuito de dominarem você
que acredita e luta por melhoras futuras
comprando sem notar o que estão a lhe vender!

quinta-feira, 23 de agosto de 2012

Única certeza



A morte segue os meus passos
Feito um cão ao seu dono
E quando consegue me dá um abraço
Se me acostumo me dá o abandono!
A morte brinca comigo
Feito criança mimada
Que recebe tudo com um sorriso
Mas depois não quer nada!
A morte é apenas um sonho
Que todos temem realizar
Mas é inevitável e certeira
Que ás vezes para ela componho
Sem saber como lhe mostrar
Que ela é única, mas não é a primeira!

Salomé

Um corpo naturalmente escultural
com uma tatuagem em sangue nos seios,
uma lascívia perversa e sobrenatural
deixando qualquer homem vermelho!
Por ela homens santos serão decapitados,
homens lascivos abrirão as portas do inferno,
homens retos serão com certeza desviados,
por ela sem saber representar um mal eterno!
Com uma dança suavemente sensual
fará mulheres morrerem de inveja
e homens comuns perderão a fé
a cada nove milênios trará crise mundial
que desencadeará inúmeras tragédias
por que os maus usarão o seu nome: Salomé!

A melhora.

Cansado de empurrar peso
trocando meia dúzia por seis,
continuo sendo eu mesmo
agindo com firmeza e lucidez!

Agora neste momento com clareza percebi
que sou, dentro da engrenagem, importante.
Apanhei, chorei, desesperei muito e amadureci
para melhorar sempre a cada instante!

Hoje tenho valores e preceitos morais
que me valem dentro do meu trabalho
cujo resultado é não só a busca de melhor salário

mas também um encontro de paz
que a cada dia sinto e percebo
que resulta a melhora de mim mesmo!

Hoje foi assim

Amanheci com um mal humor,
uma vontade imensa de brigar,
um frio seco, um calafrio, um calor
e a garganta começando a irritar!

Um vermelho dentro nos olhos
parecendo que apliquei groselha,
não sei se rio ou se choro
na hora em que a irritação se espelha!

Ás vezes procuro explicação
vagando de baixo para cima
feito um bicho ferido e acuado,

não é nenhum tipo de depressão,
nem mesmo problemas de baixa estima,
é apenas a porcaria de um refriado!

Palpite

A poesia é mais ou menos deste jeito
uma emoção alegre ou meio triste,
uma forte dor dentro do peito
mas, vale a pena por que existe!
Também é de outra maneira
e não vem nada dentro da mente
e mesmo assim de primeira
consigo criar livremente!
Então levo deste modo os meus dias
deixando a vida do seu jeito me levar
dando palpite no que me interessa
por que na minha vida apenas a poesia
age e reage até contra o meu gostar
por ser ela que me fez poeta!

Delírio febril

Com uma leve dor de garganta
e também com um pouco de febre
meu coração num transe se espanta
com uma mulher bonita e alegre!
Com as pernas lisas e bem torneadas
sob uma saia grande deixando imaginar
na mente febril uma inesquecível jornada
a febre que me adormece é a que faz acordar!
Agora na realidade ficou comigo
apenas a febre e a dor de garganta
com uma forte imagem na lembrança
daquele meigo e doce sorriso
da moça de pernas bem torneadas
e a certeza de ter delirado com a jornada!

Qualquer lugar

Não adianta correr contra o tempo
o mesmo é seu melhor amigo e aliado,
fique atento com seus sentimentos
para que não fique por eles parado!
A vida insiste em seguir adiante
alheia ao seu prazer ou vontade
por isso aproveite o raro instante
que abre portas para felicidade!
Procure seguir bons conselhos
mas, seja firme em sua convicção
que até hoje lhe deu a direção
para que seja sempre você mesmo
esteja em qualquer lugar
até onde ou além que queira chegar!

Adendo.

É mais ou menos assim
se você é bem qualificado,
estudou e cresceu para esse fim
então, tem que ser bem remunerado!

Se você nasceu com um talento,
sabe exercê-lo melhor que ninguém,
é dele que tira o seu sustento
então, merece por ele ganhar bem;

mas, é preciso acrescentar um adendo
ninguém vence sua luta por você
nem dará a própria cara para bater

se o que faz não melhora o que está recebendo
o jeito é investir pesado e estudar
pois, por sua causa o tempo não vai parar!

Indriso - Na mente

Por melhor seja o que pense Tudo flui na sutileza do que sente Bom ou mal afeta toda a mente, Por mais bela se a fala Maior é a ...